terça-feira, janeiro 24, 2012

Infeliz o tanas!

Foi infeliz? Não pretendeu fugir às suas obrigações? Chega de lavar a porcaria.
Desculpem mas quem disse o que disse não tem forma de desdizer o dito. Disse que mais de 10000 € por mês não lhe iriam possivelmente chegar para pagar as despesas. Só restam duas possibilidades: ou estava a ser desonesto, a mentir e tinha noção do que dizia ou a outra hipótese é ter perdido a noção por alguma razão ainda não revelada. Um Presidente não pode ser desonesto nem mentir, mas também não pode não ter noção do que diz. Numa ou noutra hipótese só tem uma saída, demitir-se (já que não pode ser demitido).
Depois de se demitir deve ainda deixar de estudar macroeconomia e outras ciências ocultas dos mercados e frequentar as  novas oportunidades fazendo um curso de economia doméstica onde pode receber aulas de numerosos professores que têm reformas de menos de 300 euros e,  mesmo assim, conseguem pagar as suas despesas.

segunda-feira, janeiro 23, 2012

Absurdo

O fenómeno sociológico mais absurdo que conheço é esta coisa de os pobres elegerem sistematicamente os seus inimigos de classe. Afinal, se usassem a lógica, eram maioritários. Deve ser por isso que alguns insistem na sua má educação. Alterar essa realidade poderia ter consequências imprevisíveis.
Parece que no Reino dos Céus a coisa é diferente, mas é vaga esta esperança de que o Céu algum dia desça à terra.

domingo, janeiro 22, 2012

Candidato terrorista



Aplicando a ideia que um terrorista é um praticante do terrorismo, aqui temos o candidato terrorista.

sexta-feira, janeiro 20, 2012

Tenha vergonha

Escrito a 18.1.2006
E na verdade, há coisas que não mudam. Quer o leiamos da direita para a esquerda, quer da esquerda para a direita O CAVACO, será sempre e apenas OCAVAC O. Igual agora ao que sempre foi, por mais artifícios cosméticos que o marketing lhe faça. O homem continuará realmente a mentir, quando trauteia a Grândola, quando não ouviu na véspera a entrevista do senhor Lopes ou simplesmente quando não dá crédito às sondagens que mostram a sua queda. E mentir, ainda mais com a sua falta de jeito, é coisa que fica muito mal a um presidente. Por uma questão de educação, mas também estética, compete-nos impedi-lo. 


Não foi impedido, nem na altura, nem depois outra vez. E aí está o economista esbanjador na versão que nos insulta a todos. Não, este senhor Silva não é, nem nunca foi, sério. Ao menos podia ter vergonha, mas para isso necessitava ter a autocrítica que em certas circunstâncias deixa de existir.

quinta-feira, janeiro 19, 2012

Elis Regina (1945-1982)


Neste dia há 30 anos, tinha nem 37 anos. Já passaram 30 anos.Trinta anos foi ontem. Ainda haverá mais 30 anos? Que importa o número de anos se cada vez mais percebo que só na arte se sobrevive e tudo o resto é fumo.

Crenças e resultados

Porque lhe disseram que o mundo estava de pernas para o ar, plantou as couves enterrando as folhas e deixando de fora as raízes. Não cresceram. Verdadeiramente, há lógicas que não funcionam.

quarta-feira, janeiro 18, 2012

Tentativa

Primeiro desistiram de ler notícias, que o resto já não liam. Assim se habituaram a não pensar. Depois desistiram também de ouvir as notícias tentando fugir à depressão. Estão na espuma do conhecimento das casas dos segredos.
Deve ser aí que reside o segredo deste mistério dos resultados das sondagens.
É, pelo menos esta, a minha tentativa de compreensão do mundo que me rodeia.

Afinal está tudo como dantes ou a poesia é premonitória:

"Meu caro amigo me perdoe, por favor
Se eu não lhe faço uma visita
Mas como agora apareceu um portador
Mando notícias nessa fita
Muita mutreta pra levar a situação
Que a gente vai levando de teimoso e de pirraça
E a gente vai tomando e também sem a cachaça
Ninguém segura esse rojão
Meu caro amigo eu não pretendo provocar
Nem atiçar suas saudades
Mas acontece que não posso me furtar
A lhe contar as novidades
É pirueta pra cavar o ganha-pão
Que a gente vai cavando só de birra, só de sarro
E a gente vai fumando que, também, sem um cigarro
Ninguém segura esse rojão
Meu caro amigo eu quis até telefonar
Mas a tarifa não tem graça
Eu ando aflito pra fazer você ficar
A par de tudo que se passa
Aqui na terra tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol
Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta
Muita careta pra engolir a transação
E a gente tá engolindo cada sapo no caminho
E a gente vai se amando que, também, sem um carinho
Ninguém segura esse rojão"
Chico.


quinta-feira, janeiro 12, 2012

Otimistas

Saiu, esbaforido, a berrar do balcão de atendimento do serviço de Imagiologia. Perguntou para quando estava marcada a ressonância magnética e a resposta saiu rápida, sabe-se lá, isso está tudo atrasadíssimo. Mas uma ideia, insistiu (quereria planear a sua vida). Temos aí alguns pedidos com mais de 2 anos, foi a resposta triunfante do outro lado. Desabafou, desiludido e meio incrédulo, sacudindo a cabeça, isto é um país... E eu ouvi e pensei: é? E percebi, então, que ainda há otimistas na terra.

quarta-feira, janeiro 11, 2012

Barbárie

Depois de ter em tempos proposto a suspensão da democracia, agora vai mais além e propõe que se suspenda a vida a quem não tenha dinheiro para a pagar.

segunda-feira, janeiro 09, 2012

Esta vida não é para velhos

Vive-se a crédito até nas coisas simples. O conteúdo pouco vale, importante é o que ainda é potencialmente adquirível. Só o que está fora é valioso na esperança sempre irrealizável de vir a ser adquirido. Só se olha para fora. Não é a realidade da coisa, mas o crédito que se lhe atribui de potencial desenvolvimento. Acontece que, com o envelhecimento, inexoravelmente, o potencial de crescimento se reduz cada vez mais e de pouco ou nada vale o conhecimento que se acumulou. Delicia-mo-nos com aquilo que possivelmente nunca teremos. Daí tanta importância atribuída a uma criança acabada de nascer, mesmo que absolutamente incompetente (se excluirmos o comer, o chorar e o resto mal cheiroso) e o tanto enfado que os idosos quase sempre despertam (esquecida a desaproveitada cultura sempre passada de moda de que estão cheios).
Desde a primeira consulta, tinha o pai 86 anos, que sempre me mostrou desconfiança pela necessidade de investimento. Valeria a pena operar? Valeu. Agora nos controlos anuais, sempre o mesmo ar de que afinal ainda viemos mais uma vez e uma quase angústia de até quando ainda terá de acompanhar o pai. Incómodo, chatice. Isto não acaba? A tensão está boa, o colesterol também, não engorda e nem o cancro da próstata cumpre a missão. Desta vez disse mesmo, com ar perto de lamento, o PSA dele? está melhor que o meu... o urologista até lhe vai parar o medicamento. Está com 96 anos e sem sinais de demência, é um homem vulgar, banal e percebe, com toda a certeza, todo este tipo de interesse do seu filho.
Tem dias, que esta é uma vida de andar aos tiros.

sexta-feira, janeiro 06, 2012

O discurso da saúde é uma fraude!!!

É simplesmente confrangedor assistir ao espetáculo de uma oposição enredada em discursos patéticos desinseridos da realidade, imediatos e oportunistas e deixarem passar ao lado questões verdadeiramente fundamentais como a destruição sistemática que está a ser feita do Serviço Nacional de Saúde. As grandes conclusões do relatório recente da OCDE (analisado por Francisco Ramos recentemente) deveriam estar a  ser publicado nos outdoors de todo o país, deveríamos estar a explicar pacientemente a todos os cidadãos o crime social que está em curso. A despesa em percentagem do PIB está estável nos últimos 10 anos!!!
A INSUSTENTABILIDADE DO SNS É UMA OPÇÃO POLÍTICA RESULTANTE DE UM SUBFINANCIAMENTO ASSUMIDO PARA FACILITAR A ENTRADA E DOMÍNIO DOS GRANDES GRUPOS PRIVADOS NA SAÚDE.
A saúde pode e deve continuar a ser gratuita (deve suprimir-se o tendencioso tendencialmente). É uma barbaridade a afirmação, muito ouvida recentemente, que os mais ricos devem pagar as despesas com a sua doença. O que os mais ricos (tanto os sãos como os doentes) devem pagar é mais impostos em proporção da sua riqueza,  mas não serem penalizados pagando a sua saúde quando estão doentes. O princípio geral é que as despesas da saúde são pagas pelos Impostos e que DEVEM SER OS SÃOS A PAGAR A SAÚDE DOS DOENTES. Isso é um Estado solidário. Isso é o que querem emagrecer e destruir.
Aliás, não se vê invocar que os mais ricos paguem tendencialmente mais pelos livros escolares, pelas propinas, pelos transportes públicos, pela generalidade dos Serviços Públicos. Só pela Saúde, porque será? PORQUE ESTE É O NICHO DE NEGÓCIO QUE LHES IMPORTA ESTIMULAR, não por qualquer necessidade económico-financeira, mas por uma opção política de favorecimento aos grupos que mandam neles. Se calhar bem menos importante que ser da maçonaria ou não, será ter sido e possivelmente no futuro voltar a ser, líder do setor da Saúde de um Banco privado. Conflito de interesses poderá ser isso!
Será que não se consegue explicar isto à generalidade das pessoas?

terça-feira, janeiro 03, 2012

Vendilhões

Pin-go do-ce... foi pra lá.... (com música de fundo, sff)
Nada de novo, já assim era em 1385. Clero, Nobreza e Povo. Quem capitulou ao longo da História perante o inimigo estrangeiro? O Povo resistiu, o Clero rezou, sempre os mesmos traíram. Não chega efetivamente ser rico...
«Toda a história passada foi a história das lutas de classes e estas classes em luta são sempre o produto dos modos de produção e de troca, numa palavra, das condiçõeseconómicas do seu tempo».
Continua: eles de um lado, nós do outro, porque a história continua. E pode ser Aljubarrota ou uma janela aberta, mas a vitória é certa, mais cedo ou mais tarde.

segunda-feira, janeiro 02, 2012

Do Tempo e seus desejos

Há no parto de cada ano esta tendência para o exagero do desejo, Bom Ano, ao contrário do singelo e limitado, Bom dia, de todos os dias.  Com efeito, um ano é muito tempo para se desejar de uma só vez, nem se consegue perceber o tamanho. De de tal forma assim é que foi partido em meses, que ninguém deseja, em semanas, de que só desejamos o bom fim e dias que é aquilo que geralmente dá para desejar, mesmo que seja à noite. Ainda há desejos específicos para grávidas em fim de tempo, bem mais modestos, Uma boa horinha, que, curiosamente, na maior parte dos casos acaba por ser uma data de horas e, não poucas vezes, termina em cesariana de alguns minutos.