segunda-feira, fevereiro 28, 2005

Fitas que não me tiram o sono

A Academia escolhe o filme e fica-se a noite toda acordado. E quando a Academia sueca escolhe o escritor, o economista, o médico? Por que será que os filmes (americanos) tiram o sono aos Europeus?
Por mim, elejo o Saraband e vejo feliz o Quinto Império e estou-me nas tintas para as histórias de doentes bem sucedidos...Será que naquele país só os loucos conseguem sobreviver?

Memórias de dias atrás

No comboio para cima e para baixo, no despejar de uma charla. Desta vez a importância de ser pequeno ou a sua falta de significado. É curioso, como agora tudo o que é menos é desvantagem, tomada a priori. Mas nem será assim, se calhar. A altura terá começado a ser importante com os modelos de dimensões mínimas que nos impingem, com a ideia sempre presente da jovem esticada e magra, imposta como padrão, meta para descontentamento do dificilmente acessível. Depois a necessidade de vender a hormona de crescimento a fazer o resto e pelo meio ninguém pensa em saúde?
Neste momento, tenho algumas ideias mais ou menos assentes sobre isto. Primeiro, a baixa estatura pode ser um sinal de doença e geralmente não está isolada. Segundo, a baixa estatura, não constitui, aparentemente, prejuízo. Terceiro, a deficiência de hormona de crescimento, que raramente é a causa da baixa estatura, algumas vezes deve ser corrigida, não só, nem sobretudo pela estatura baixa, mas porque é metabolicamente prejudicial. Tanto nas crianças como nos adultos. Mas os problemas não se analisam, procura-se salientar aquilo que melhor satisfaça as necessidades de vendas. Tudo bem, mas não contem comigo. O que me move não é o mapa de vendas.
A mobilidade engrandece os dias. Vinte e quatro horas ficam maiores se me movimento. Para cima vou relendo artigos sobre rastreio de baixa estatura e ouvindo as conversas desta carruagem onde os telemóveis não param e passam o tempo a parar pela falta de rede. Mas a persistência os anima uma e outra vez. A jovem juíza justiceira anima-se com ar matreiro propalando as suas vitórias em comarca nova, a vergar advogados mal habituados. Ou não habituados a multas legalmente devidas e vai contando os parabéns dos colegas mais velhos incapazes por rotina de o fazerem. E a decepção dos advogados por nunca nada disso terem visto. Maus hábitos que a mobilidade dos juízes ajuda a corrigir. Viver em Espinho e trabalhar em Coimbra e sera primeira a chegar, por vir de comboio a horas certas. Regressar à noite com preocupações do que há para jantar. Histórias simples de comboios.
E fico a saber dos receios dos médicos se o Eng Correia de Campos vier a ser ministro da saúde. «O gajo, não gosta de médicos» «E isso era o menos, o problema é que o tipo é competente!» Logo, bom seria um ministro incompetente que gostasse dos médicos? Realmente, eu também gosto cada vez menos deles.
No regresso, ouço o elogio de Santana ao Presidente. Quem fala, o candidato a presidente? Será que o homem não se enxerga? Vai fugir outra vez para a frente?
Hoje, o frio esteve presente. Não sei se é isto uma vaga de frio. A mim até parece um tsunami de frio, nada vago. Serra da Estrela -11ºC. Brrrrrrrrr

quinta-feira, fevereiro 24, 2005

Papagaios

Comecei o dia a ouvir a anedota do papagaio professor, o tal bicho caríssimo, que tem plumagem envelhecida, já não palra, mas que tem o preço que tem, o mais alto de todos, porque os que palram magnificamente e têm bela penagem lhe chamam professor, só por isso. Lembrei-me depois da vontade que têm de só se reformarem no limite da idade. Daquela situação de terem quase de ser empurrados e, claro, de algumas injustiças de que alguns até são vítimas.
Muitos deles, contudo, são apenas e só gestores. Muitas vezes, gestores aenas da sua carreira. Alguns começaram bem cedo essa vida dura. Já esqueceram a emoção e a angústia da paragem cardíaca iminente ao fim de muitos anos de visitas clínicas passadas na sala de jantar, longe dos doentes. Na tranquilidade da ciência. Nas sessões de casos clínicos arrevesados, onde o brilho vem ao de cima. São o creme, a nata, nesse meio asséptico em que se mexem. Por estranho que pareça é isso que lhes dá influência, a sua posição de opinion leaders. Drug dealers, muitas vezes.

quarta-feira, fevereiro 23, 2005

Por que terá dito?

Há alguns dias atrás, ouvi que lhe tinham negado a abertura de duas grandes superfícies na periferia de Lisboa. Ao que o sujeito respondeu, que não havia problema, esperava por melhor oportunidade.
Hoje, veio dar uma ajuda a Sócrates. Será que chegou a oportunidade de que falava ou está na hora de alguma cobrança?
Na minha ignorância da economia dificilmene entenderei como será vantajoso para um país que pouco produz, ter empresários que muito vendem aos que pouco produzem. Parece-me um estilo de economia de rabo na boca, às voltas, só que o produto que se vende terá de vir de algum lado e, possivelmente, de ser pago. Precisamos destes empresários que importam e nos estimulam o consumo ou dos que produzem produto novo e exportável
Em princípio nada tenho contra governos pequenos, mas achei curiosa a intervenção. Reveladora.

terça-feira, fevereiro 22, 2005

domingo, fevereiro 20, 2005

Todos é muita gente!

Governar para todos os portugueses? Ai que o homem não sabe ler! Todos são muitos, são demais. A leitura correcta implicava que pelo menos se pretendesse governar contra os que mais aproveitaram nos últimos tempos, para que os que estiveram excluídos possam aproveitar alguma coisa. Ou então, não se governará, porque governar é fazer opções.
Uma coisa me parece certa, não falou dos resultados dos partidos à esquerda e não terá sido por acaso, certamente.

Começou a retoma

CDU, terceira força política! Em vez de desaparecer, este partido sobe. O analista Delgado deve estar isolado a analisar este fenómeno e não surge em parte nenhuma. Seria esta a retoma que ele anunciava?

E vai mais um...

Patético, numa sala cheia de artistas, ele discursa e tem um ar sorridente. De que rirá Santana? Um actor entre actores, cria drama.
Mostra a sua raça sportinguista: Perde e a culpa é do sistema.

Começam a cair e a mostrar o mau perder

Paulo perto das lágrimas, vai-se embora.
Luís Nobre Guedes, mostra a raça de que são feitos: ai votaram neles, agora vão lixar-se. Vão ter um bom governo, nós é que eramos maus... Eu vou ser advogado! Há alguma indignidade nesta conversinha.

Resultados

O grande vencedor desta noite esteve ausente. Ficou no Palácio a ver a TV, a saborear a sua capacidade estratégica, aquele golpe de mestre de ter obrigado PSL a governar. Na altura, zanguei-me, agora percebo a atitude. Os anos dão jeito nestas coisas.
O grande derrotado terá sido o Pedro. O fim do Pedro foi não reconhecer o Princípio de Peter. Ele não podia ter sido promovido, para isto ele é incapaz. Será que vai perceber ou ainda se vai pendurar nalgum ponto percentual?
O grande responsabilizado será o PS. Sócrates está agora na posição de correr para a bola na marcação da grande penalidade com a vantagem de nem ter guarda-redes adversário. A baliza está toda aberta, só não marcará por completa falta de inspiração ou por burrice. Para que a baliza não lhe pareça muito pequenina e o golo quase impossível de meter, deve ter em conta que hoje os portugueses disseram, por exemplo, que querem mais saúde do que hospitais SA, que querem mais emprego do que discurso económico, que querem não necessariamente pagar menos impostos, mas verem alguns pagarem o que devem.

Grande obra

Pedro e companhia, parabéns! Ninguém até agora tinha conseguido unir desta forma tanta gente.
A vossa obra foi grande.

E agora Luís D?

Já perceberam que este Partido é como os gatos? Tem sete vidas! E muita esperança, mesmo quando enrouquece.

E agora, Pedro SL?

Será que as empresas de sondagens vão processar o Pedro?

E agora, José S?

«Esta noite a festa é do PS.» E nos próximos quatro anos, a festa será nossa? A ver vamos, mas eles já vão falando em grandes responsabilidades. Estão aqui estarão a falar da herança?

sábado, fevereiro 19, 2005

Reflexão

Importante é observar da janela do Restô, o elevador da Lisnave,estranhamente parado e o estaleiro desabitado na espera dos prédios de 100 andares, enquanto um submarino desliza nas águas a caminho do porto. Tudo se passa lento no contra-luz da hora do almoço em frente a esculturas de fillet mignon.
Antes foi a visão do Quinto Império do Manoel de Oliveira e sentir a actualidade de el-Rei D Sebastião projectado em personagens dos nossso tempos. Mulheres nem de mais nem de menos, agora como então, um conselho sábio de mais velhos conselheiros.
Hoje é dia de balanço. Positivo. É claro que não estou a falar de política, até porque há coisas muito mais importantes na vida. Esta é uma delas. Estar por aqui acompanhado pela quantidade certa de mulher em crescimento tranquilo, sem depressões nem angústias juvenis, indutoras de aventuras fatais em Áfricas incertas. Serenamente, estar, fruindo o gozo dos momentos presentes, os mais importantes de todos.

sexta-feira, fevereiro 18, 2005

Será?


 Posted by Hello
Se assim fosse, a esperança era menor e a necessidade de gritar seria bem maior. Isto não significa que a direita tenha 40% dos votos. Há ali 45% dos votos que podem ser de direita também. Por isso é tão importante, agora que a vitória do PS parece certa, que a esquerda pontue bem, impedindo definitivamente que 45% de votos de gente maioritariamente de esquerda, sirvam para manter políticas de direita. Para se conseguir uma mudança a sério.

quinta-feira, fevereiro 17, 2005

Erro fatal

Às voltas com um erro fatal, nos últimos 3 dias ausentei-me daqui. Nesta altura a Palm começa a dar sinais de ter ressuscitado, depois de encarniçada reanimação, o que me leva a recordar alguns dos instantes mais recentes.
Primeiro, aquele debate a quatro e meio, já que o Jerónimo ficou sem voz, mantendo a esperança. De pouco adiantou. Sócrates foi igual a si próprio, quase inexistente. Já percebi, tem meia dúzia de slogans (não chegam a ser ideias) na cabeça e repete aquilo até ao fim deixando-me sempre com a noção de nada ter ouvido. É o vazio mais absoluto que imaginar se possa. Mas não se pode esperar grande coisa de um silêncio assim. Antes pelo contrário. Lopes esteve igual a ele mesmo, até na gravata já a antecipar o seu estado de espírito nos próximos tempos. O homem sabe muitos números. Ninguém sabe é como foi capaz de bater todos os records da trapalhada ainda há tão pouco tempo. Fico com a ideia de que sobretudo, é incompetente. Sim, deve ser só isso. Portas faz um óptimo papel de senhor ofendido e responsável. Afinal, o governo foi ele e os seus amigos competentes. Oferece-se para voltar nem que seja como Primeiro Ministro. Em resumo, ensandeceu, o pobrezinho. Louçã foi o jogador da noite. Teve aquela ideia do jeito que este governo fez ao poder Financeiro, que foi a pedrada no charco (pântano!). Sim, o pântano são estes políticos! Quase angustiou ouvir o Lopes dizer que era tudo legal. Legal? Mas e justo, seria? Uma dúvida, não servem os governos para fazer leis (justas) que evitem as legalidades injustas? E o Sócrates calado que nem rato. Sabe-se lá o que poderá ser descoberto de semelhante nos governos dos seus amigos...
Pronto, confirma-se, resta-me o Jerónimo. Simpatia até ao fim da voz.
No dia seguinte, Francisco Balsemão veio dizer que vota no Pedro. O que acho curioso é a necessidade desta afirmação, como se fosse admissível que as pessoas do PSD não votassem no PSD. Mas a dúvida é tão grande que até isto já é notícia. E os outros que não falaram? Ao que isto chegou!
A maré negra não fica por aqui. Hoje, o SLB perdeu em Moscovo por 2-0. Começo a sentir uma enorme necessidade de domingo à noite, o dia central da festa dos três dias.

segunda-feira, fevereiro 14, 2005

Alucianação

Estes ingratos manifestaram-se contra a operação oração douradae aquilo que poderia ser um golpe de habilidade dos dois animadores da alucianação nacional fica assim meio desmascarado. Não habia nexecidade, tanto que eles rezam e veja-se o que lhes fazem. Impressionante, impressionante, murmura o Sr Lopes.

domingo, fevereiro 13, 2005

Tristeza

Para Santana Lopes, a morte da irmã Lúcia constitui um "momento impressionante para Portugal e para o mundo", quer para católicos quer não católicos, porque a religiosa teve também "uma vida impressionante".
O que lhe terá passado pela cabeça para fazer esta comunicação tão impressionante? Eu, não católico me confesso, nada impressionado: 97 anos é uma boa idade para se morrer, restando a dúvida de se terão sido 97 anos de vida, mas isso é outra conversa.
Mas,voltando à campanha, fico coma ideia de que quando tão pouco tem para se dizer há que aproveitar todos os momentos para se estar calado. Por isso, decreta dois dias mais sem campanha e no papel de PM dois dias de luto nacional. O gozo que lhe terá dado pensar que tem aqui mais uma oportunidade de entalar o Presidente.Irá aparecer quantas vezes na TV à custa do seu silêncio e a propósito dele? Ainda pensava eu que havia uma separação entre Igreja e Estado.
É sempre complicada a promiscuidade dos Fs com a política. Para além da promiscuidade futebol-política com apitos mais ou menos coloridos por aí a zunir nos nossos ouvidos, temos agora APROVEITAMENTO ELEITORAL da morte da ex-pastorinha. Fátima e política outra vez.

Conversas à beira da estrada

«É preciso fazer escolhas. Ninguém pode olhar para o lado face aos actuais problemas do país», declarou o líder socialista. Como poderia ter declarado qualquer outro político em campanha, independentemente do quadrante em que se situe. Fazer escolhas é o cerne das eleições. O país tem problemas? Já tinha dado para perceber. Olhar em frente? OK, mas também é conveniente olhar para o lado (evitar ser burro!), para ver quem temos ao lado e a quem teremos de recorrer, porque é preciso ouvir os outros.
Aos mesmos eleitores indecisos, José Sócrates disse depois que «o país tem de mudar, porque os últimos três anos foram maus demais». Será que foram só os últimos três? Tenho na ideia que outros diziam o mesmo há três anos e até resultou para eles, mas a coisa não melhorou. E como Sócrates também já disse, precisamos de outra coisa. Absolutamente, de acordo, desde que coisa não seja a coisa absoluta, a única coisa que percebi até agora no seu discurso.
«O voto no PS é seguro. É votar na confiança, na mudança, na estabilidade e no futuro de Portugal» Ainda ontem na beira da estrada a vendedora de lenha me dizia que não iria votar para não ter se se arrepender. As pessoas não querem praticar isso do voto seguro e realmente, a melhor forma de o voto ser seguro ainda será não haver maioria absoluta nenhuma e ter de haver diálogo. A sábia senhora é que sabe, isto o melhor é não dar confiança, nada de cheques em branco de que nos venhamos a arrepender depois. A nossa estabilidade e o nosso futuro dependem da capacidade que tenhamos de no dia a dia controlarmos os poderes que delegamos.
Um vazio enorme neste palavreado árido. Que longe está da conversa clara de outros que dizem claramente o que querem: emprego, serviço nacional de saúde, controlo de meios de produção fundamentais por parte do Estado, etc. E tudo isto com um sorriso e sem insultos e insinuações.

sábado, fevereiro 12, 2005

Sinusoidal


 Posted by Hello
Nos emaranhados bas barreiras invisíveis fica presa a imagem da outra margem oculta, pouco ou nada perceptível, dependendo do nevoeiro das horas e dos dias. Uma vez por outra, há mesmo sol, nos intervalos da neblina. É na hora do lenhador.

sexta-feira, fevereiro 11, 2005

Pantanal

Um pântano é isto. Finalmente, se entende a vastidão da coisa. Na extremidade da coisa pantanosa, na ilha, alguém vai ainda dizendo serenamente alguma coisa. Coisas simples, como precisamos de produzir, a via da especulação não nos leva a lado nenhum. O resto são fogachos, modas transitórias, lama. Muita lama onde nos querem afundar cada vez mais. Atiram lama uns aos outros e nem dão conta de como vão construindo a base em que se deixam engolir, nesse imenso pantanal.
Refugiar-me-ei. Na ilha. Estou decidido.

quinta-feira, fevereiro 10, 2005

Esperança

Este ano não a vi de cabeleira azul pelo Carnaval. Uns dias antes, uns caroços no pescoço e a febre levaram-na a um internamento e depois ao inesperado. O tratamento iniciado, reapareceu agora ligeiramente engordada pelos corticóides. Temos que tocar a vida para a frente, não é, doutor? Pois é, e nós a ralarmo-nos com pequenas merdas todos os dias...

quarta-feira, fevereiro 09, 2005

O professor não fez nenhuma aposta

Fonte próxima do Professor vem agora dizer que a notícia do Público de ontem era incorrecta. Afinal, o Professor não fez nenhuma aposta, o Professor nem gosta de jogar e muito menos a dinheiro, parece. Portanto, os votos de JS para que ganhe a aposta ficam sem efeito.
Em resumo, uns jornalistas intelectuais fizeram uma notícia tipo suponhamos. Conjecturas, que podem muito bem até ser verdade e arranjaram um termo (aposta) que dá para várias interpretações. Eles pensaram o que ele muito bem poderia ter pensado (e será que não pensa?), mas não disse. Entraram no mundo secreto do tabú. Fiel ao seu partido (isto afinal não é só no PC que as pessoas não dizem publicamente o que pensam)o Professor manda informar que não apostou. Já agora, as coisas ficariam bem mais claras, se viesse de viva voz dizer que é contra uma maioria absoluta do PS. Se não vem, fica a dúvida (ou a certeza ao Stalin da Madeira que o expulsa do PSD).
É o país a condizer, políticos, jornalistas e os outros.
Mas, já agora, os jornalistas andam a abusar um bocado. Aquela romaria ontem a São Bento ao estalar de dedos de PSL (PM porque estava em São Bento, Pedro porque estava com os miúdos à beira da piscina ou líder do PSD porque estava em campanha eleitoral?) dá que pensar. Fico sem saber quem os convocou. Se foi o PM, não deviam ter passado nada do que disse, porque realmente quem falou foi o candidato, sem que houvesse nele, naqueles momentos, algo de PM; se foi o Pedro, quando muito o que disse devia passar nas revistas côr de rosa, tipo pai extremoso, merenda com os meninos; se foi o candidato, deviam ter-lhe perguntado se mais uma vez tinha mudado de ideias, porque ainda na véspera tinha cancelado a sua campanha. Já agora, podiam perguntar-lhe quanto é que o PSD pagava pelo aluguer das instalações de São Bento e junto da Presidência do Conselho de Ministros deviam inquirir os preços do aluguer do Palácio para fins de campanha eleitoral (talvez seja uma forma de euilibrar as Finanças). E pode haver mais candidatos ao cenário...

terça-feira, fevereiro 08, 2005

Não disse ou até poderia ter dito

O Professor dos tabús (o Sr. Silva segundo o cómico da Madeira) terá dito, mas agora diz que não fala, o que não é o mesmo que desmentir que disse. Como não fala, não sabemos se disse ou não disse. Mas se quisesse desmentir, provavelmente, falaria, digo eu.
PSL cabisbaixo, já sem perceber nada do que se passa no seu partido (estilhaçado, mesmo), não quer acreditar que ele tenha dito. A argumentação é que não convence. Diz que o Professor não poderia ter dito, porque sempre foi adepto da ideia de um Presidente, uma Maioria e um Governo. Mas onde está a contradição? Ou será que PSL ainda não percebeu que com ele não há governo? Com ele só Desgoverno, anedotário. Os últimos meses deste país em paródia contínua falam por si. Mas o homem que nada acaba na sua vida não percebe. Começo a duvidar se vai chegar ao fim desta campanha...

Dia de festa?


 Posted by Hello
Carnaval é festa. Também é disfarce, fantasia, loucura. Espera-se que nem tudo o que agora se passa, seja «para se acabar na quarta-feira».

segunda-feira, fevereiro 07, 2005

A fantasia de Santana


 Posted by Hello
Ele deu-nos a tolerância (de ponto). Era amanhã, mas afinal hoje poucos foram trabalhar e amanhã menos irão. Hoje explicou-nos as razões porque não faz campanha hoje e amanhã. Aproveitou para fazer a ponte da tolerância, porque (imagine-se!) não gosta de misturar política com Carnaval. De génio, só ele! Et le voilà, mascarado na sua fantasia de Primeiro-Ministro.

Este sim!


 Posted by Hello
Este sim! Seria o melhor cartaz desta campanha. Parabéns à Periférica pela criação. Se for editado em autocolante, como aqueles que havia no PREC, usarei um!

Campanha alegre

O Expresso online mais uma vez a ser mauzinho. Sem programa? Não iria tão longe, ele até tem alguns, faz é muito zaping, depende do instante, da plateia... Até parece ser bom entertainer. Que tal oferecerem-lhe um programa de televisão, a concorrer com o Herman, sei lá? Ficavamos com o sermão do Professor no canal 1 e ele podia, a partir do dia 20, ir até à SIC Comédia. Poix
O padre Loreno alerta para se não votar nos infiéis. Não é novo. E que tal perguntar à hierarquia qual a posição da Igreja? Apesar de tudo (do apoio do Guterres, por exemplo), acho que o Sócrates não será o melhor porta-voz.

sábado, fevereiro 05, 2005

No barbeiro (sempre igual há mais de 20 anos)

São preciosos aqueles momentos em que se fica ali tapado por um pano verde, sem óculos, imóvel, não vá a tesoura pregar-nos uma partida. Ouve-se o ruído metálico no assassinato dos cabelos cada vez mais enfarinhados que se vão emaranhando até à queda final no chão. E ouvem-se também as conversas animadas, bem humoradas, cheias de alfinetadas sobre jejuns de campeonatos. A cadeira com mais anos do que o Benfica está sem ganhar. Claro, só ultrapassada por aqueles famosos 18 anos. Nem sei por quê desta vez não havia ninguém de azul, a moda novoclubista, como todas transitórias. Entre trapatonadas e peseiradas a conversa avança sempre picante, provocadora.
Tudo bem, falar de religião ainda percebo que não seja de bom tom. Para alguns pode mesmo nada significar e por isso há alguma ausência de motivo. Mas da política, por que será que se não fala de política no barbeiro? No fundo, todos seremos por estes ou por aqueles, só que parecemos todos desapaixonados. Há alguma identificação de política com ciência. Ainda se ouve dizer, eu disso não percebo nada. (E de futebol, alguém entende?) Poderá ser que na política se seja mais volúvel e, o receio, de defendermos hoje o que amanhã iremos atacar, nos faça ficar calados na angústia da acusação da incoerência. Ou então, o convencimento de que todos os políticos terão apenas uma função, tramar-nos a vida, seja a razão deste pacto de silêncio. Só que sendo a política tão importante nas nossas vidas, este silêncio, este pacto de se ser politicamente correcto, sendo-se ausente, me causa alguma estranheza. Passamos ao lado e depois usamos a cobardia do anonimato para nos prenunciarmos. O voto é secreto. Qual a vantagem, agora que os bufos já acabaram há mais de 30 anos?

sexta-feira, fevereiro 04, 2005

Nota biográfica PSL

O raio do texto é em inglês, o que torna a coisa mais grave, por ser mais divulgável e acessível. Melhor nem de encomenda. Este é o primeiro ministro a que o mundo tem acesso. Cuidado com o que se possa acrescentar a partir do dia 20. O país pode ficar completamente ridículo se este homem voltar a ser o eleito. Vejam lá o que põem no Succeeded by... Não vá ser outra anedota que tal.

Afinal eram animais em debate...

Quando se publicam análises destas sobre o dito debate que mais se pode esperar? Que formação de opinião fazem estes intelectuais dos jornais? Que tal desmontar a cenografia e pôr ao léu o plástico de que são feitos? Para quando discutir política? Volta Manuel Alegre! Foi breve, mas deixou saudades.

Dois zeros

Neste meu país futebolês, acho extraordinário (como é possível não achar de outra maneira?) que depois do debate de ontem a pergunta que se faz (e não ouvi outra sobre o debate) seja, quem achas que ganhou? Parece que a ninguém interessa saber o que se achou do que se disse no debate. Apenas esta coisa de saber o resultado, quando se sabe que isto de debates não tem balizas nem golos e há resultados para todos os gostos.
Por mim, acho que depois de um debate, que era o único entre os que se perfilam para PM desta terra, em que se não falou de educação, saúde, justiça e outras coisas menores, não sei quem ganhou. Sei apenas quem está na iminência de perder, de perder mais algum tempo. Se estes dois são as únicas alternativas possíveis, quem perde somos nós e nem sei se já não perdemos tudo de vez.
O que se discutiu foi estratégia (com quem te alias depois), reformas (mais cedo ou mais tarde), impostos ao de leve (e que interessam os impostos se ao mesmo tempo não falarmos de encargos directos para as pessoas?) e as tricas pessoais. No fim tínhamos dois senhores muito sorridentes, que passaram um serão inteiro sem dar um ar de sua graça (será que têm alguma?) e nos mostraram o quanto são vítimas de tudo isto. dois sabonetes com receio de estarem a ser mal promovidos. Tensos. Ninguém marcou golos de tão preocupados que estavam na defesa. Jogo para esquecer. Será que a alternativa a esta democracia de alterne é ir jogar noutro campeonato?

quinta-feira, fevereiro 03, 2005

As gravatas não dão cor ao cinzento

Até nisto são iguais. Fica tão mal ao JS ser um bloco de citações como ao PSL passar o tempo a disparar números aprendidos a correr. Não lhes está na natureza. A um e a outro. Outra coisa é o ridículo a espreitar. Foi.

Debate ou deboche

Logo veremos se teremos mais debate ou mais deboche. Custa-me a imaginar debate, pois os candidatos terão pouco conteúdo a separá-los. Certamente, não estarão à vontade para dizer que afinal o que pretendem fazer é sensivelmente o mesmo e que o que verdadeiramente os distingue são os empregados que usarão na tarefa. Por isso, temos hoje na rua cartazes do PSD a perguntar se queremos que eles voltem. Em fundo cor de rosa, absolutamente equívoco e inocente como a conversa do colo.
Pessoalmente, o que me irrita mais, nem é esta linha de campanha de insinuação em insinuação. Isso revela o carácter e aí as surpresas não são nenhumas. Confirma-se o esperado, simplesmente. O que é mesmo lamentável é não se assumir a conversa do colo e tentar fazer-nos passar por parvos como tem sido feito pelo PSL. Afinal os colos nem eram estes ou aqueles, blá blá, que inocente que sou. O senhor insinuou num daqueles momentos de facilidade em que vive sempre e que são a demonstração de que este cidadão não pode ser PM de um país. No fundo ainda se pretende que a governação seja mais do que uma conversa descontraída, na noite, à beira de um copo em boa companhia (ou mesmo ao colo dela ou com a companhia ao colo). Naquele momento libertou também a irritação que lhe farão alguns apelos a votos úteis de campeões de hipercompetência. Matar dois coelhos com uma cajadada, pensou. Depois, bem depois veio a resposta do Coelho.
Neste ambiente, esperamos por logo para debate ou deboche. Logo se verá.